Poluição: O lado negro da moda —

A indústria da moda é uma das maiores indústrias do mundo, responsável pela produção de roupas, calçados, acessórios e muito mais. Embora a moda possa ser uma forma de expressão pessoal e criatividade, a indústria da moda tem um impacto significativo no meio ambiente e nas pessoas que trabalham nela.

Um dos principais problemas associados à indústria da moda é a poluição. A produção em massa de roupas requer uma grande quantidade de recursos naturais, como água, energia e matérias-primas. A produção de algodão, por exemplo, consome uma quantidade significativa de água, chegando a 10 mil litros para produzir um quilo do material. Isso causa impactos negativos no meio ambiente e na disponibilidade de água para outras atividades. Além disso, a produção de tecidos sintéticos como poliéster e nylon requer a utilização de produtos químicos tóxicos, que podem contaminar rios e mares, afetando a vida marinha e a saúde humana.

Outro problema é a quantidade excessiva de resíduos gerados pela indústria da moda. A produção em massa de roupas leva a um grande número de peças não vendidas, devoluções e descartes, que acabam em aterros sanitários ou incinerados, emitindo gases tóxicos na atmosfera. Além disso, a rápida mudança das tendências da moda incentiva o consumo excessivo, o que leva a mais desperdício.

Além dos problemas ambientais, a indústria da moda também enfrenta problemas sociais. A maior parte da produção de roupas é terceirizada para países em desenvolvimento, onde as condições de trabalho são frequentemente precárias e os trabalhadores são mal remunerados. As práticas trabalhistas desumanas incluem trabalho infantil, horas excessivas, salários abaixo do mínimo e condições de trabalho insalubres.

A falta de transparência na cadeia de produção de roupas também é um problema significativo. Muitas marcas de moda terceirizam a produção, o que torna difícil rastrear a origem dos materiais e as condições de trabalho dos trabalhadores. A falta de transparência pode levar a abusos dos direitos humanos e do meio ambiente sem que as marcas sejam responsabilizadas.

No ar, na água e em terra

Estima-se que, ao nível do ar esta indústria contribui com cerca de 10% da pegada de carbono na atmosfera. Como exemplo temos o transporte das peças de roupa, de países longinquos onde a mão de obra é mais económica.

Trata-se também do segundo maior poluidor de água doce no mundo. Os processos para tingir a roupa são também extremamente exigentes ao nível de água. A decomposição de fibras sintéticas gera microplástico que entram na cadeia alimentar humana através do consumo de pescado. As fibras naturais também não são inocentes. Requerem uma quantidade enorme de sólo, água e pesticidas. O algodão, por exemplo, é considerada uma das culturas mais “sujas”, consumindo certca de 16% dos pesticidas utlizados a nivel mundial.

Cada vez usamos mais roupa

Para estes estado contribuem os ciclos de utilização da roupa cada vez mais curtos. As peças tornaram-se quase descartáveis, o que leva a um aumento exponencial de produção e consumo, com o consequente aumento da necessidade de produção de fibras sintéticas e naturais.

A produção de roupa duplicou desde o ano 2000. Em média cada pessoa comprava mais 60% de roupa em 2016 do que comprava em 2000.

Olhar para o futuro

Felizmente, há iniciativas que buscam mudar a situação atual da indústria da moda. Um exemplo é o movimento da moda sustentável, que enfatiza a produção de roupas com materiais e processos de fabricação mais ecológicos e justos. As marcas de moda sustentável priorizam a transparência em sua cadeia de suprimentos e são geralmente comprometidas com o comércio justo e a preservação ambiental.

Outra iniciativa é a economia circular, que visa minimizar o desperdício e manter os materiais em uso por mais tempo. Isso pode ser alcançado através do uso de materiais reciclados ou reutilizados, além de estratégias de design que permitem que as roupas sejam reutilizadas ou recicladas no final de sua vida útil.

A indústria da moda também pode se beneficiar de inovações tecnológicas, como a impressão em 3D, que permite a produção de roupas sob medida com menos desperdício de tecido, e a inteligência artificial, que pode ajudar as empresas a gerenciar melhor sua cadeia de suprimentos e

A Indústria da moda é, hoje em dia, uma das maiores fontes de poluição do mundo. Segundo alguns autores é o segundo maior poluidor a seguir ao petróleo. A produção de tecidos, fibras e vestuário usados nesta indústria contribuem com diferentes formas de poluição, incluindo água, ar e sólo.

Há no entanto soluções. O primeiro passo é informar.

Here are five easy things you can do to clean up your fashion carbon footprint

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Posted by World Economic Forum on Monday, May 27, 2019